segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Há certas coisas que não podem ser ajustadas

"Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que não podem ser ajustadas.
Tem que acontecer de dentro pra fora.”


Rubem Alves

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Um dia qualquer

Há momentos de recaída, mas hoje não é um desses momentos...

Apenas sentei, abri o pc e resolvi dar play na minha playlist do spotify, que só havia sido escutada 1x. "Se não eu que vai fazer você feliz!..."

Tenho muito a agradecer ao meu esposo, minha família e amigos. Ter pessoas lhe apoiando, não importa em qual situação e lhe querendo ver feliz, é muito-muito-muito bom! Mas nada disso adianta se você não estiver bem consigo.

Antes das tromboses, eu não entendia esse papo de pensar primeiro em si. Ficar bem consigo, auto respeito, se amar e blá blá blá. Eu era muito prática sobre essas coisas, elas simplesmente não existiam (rs...). Agora eu acho que já entendo um pouquinho...

... Acho que é sobre saber do que você precisa e agir, da melhor maneira possível. Respeitando e superando seus limites. É tentar ser amável, como você gostaria que todos fossem com você, sabendo que não é apenas você que tem problemas e ao mesmo tempo, também "esquecer" de todos eles. Para poder seguir em frente, sem se prender. É saber o que verdadeiramente lhe faz bem e fazer!

sábado, 29 de julho de 2017

Esse blog está todo errado!

Há muitos dias, não tantos quanto a minha ausência aqui, recebi uma mensagem no face que não consegui ler por completo e nem responder. Algum bug louco do face, fez ela sumir... Essa mensagem me fez perceber que por mais profundo este blog esteja nos resultados de pesquisa do Google, ele é encontrado!

Por isso, eu quero lhe dizer, que se vc está passando por um problema semelhante ao meu. Esqueça que um dia você teve trombose!


Exatamente, esqueça! 
(Por isso esse blog está todo errado,
não deve existir essa de "minha vida com trombose".)

Talvez você fique irritado, me ache uma louca e nem me leve a sério...

"Como eu posso esquecer? É o meu corpo... Dói... Pesa... Escuto...
O tempo todo! E nem tenho fôlego para nada..."

Eu já escutei esse papo e não curti, demorei um boooom tempo e vários filmes motivacionais, para perceber que não existia nada (médico, cirurgia, qualquer criação da NASA ou computador quântico) além de mim, que fosse capaz de reverter tudo o que a trombose me fez!

É óbvio, que ainda tenho um stent gigante que não pode ser desmaterializado, um zumbido no ouvido que vai e volta e várias placas de sangue coagulado. Mas depende de mim e depende de vc, decidir se todos os problemas decorrentes de uma trombose, vão atrapalhar a sua vida ou não.

Eu preferi esquecer. Dei as minhas meias para o meu cachorro e estou tentando malhar as minhas panturrilhas. Me sinto ótima! Principalmente pq coloquei na minha cabeça, que estou assim!


* Se essa desventura acabou de começar com você, talvez a minha postagem seja mais louca ainda! E o meu conselho é: finja que nada aconteceu rsrs Piorou, né? Tente ao máximo fazer tudo o que você sempre fez. Tenha uma vida ativa, saudável e não esqueça os remédios! Vai dar tudo certo ;) Ah! E não coloque um stent dentro da sua veia, como primeira opção. Antes disso, tente fortalecer a musculatura das suas pernas.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Como recomeçar?

Não consigo escrever tanto quanto eu gostaria nesse blog, por sempre relembrar do passado. As pessoas falam que escrever é bom, que faz bem contar sua história aos outros para ajudar a superar. Ainda não consegui. Nem um, nem outro.

Já aconteceram várias coisas desde que criei o blog e sempre penso em vir aqui para registrar a novidade, mas realmente, acabo presa em mim mesma. Às vezes, penso que ao escrever aqui, eu posso ficar mais tranquila e esquecer de tudo. Não é tão fácil. Quando eu conto uma história que já passou à alguém consigo viver aquilo tudo denovo. E é isso o que acontece, também, ao escrever aqui.

Os dilemas mais recente são: fazer uma nova cirurgia ou não (stent deformado pela 3ª vez, em mais de um lugar)? Procurar por mais médicos ou não? Enterrar toda a história ou ao menos, até terminar o blog? É difícil enterrar quando se tem uma meia 3/4 para vestir todo dia... Mimimi, eu sei! ;) O que eu não sei é no que eu mudei desde então. Uma tristeza que surge sem motivo e uma vontadezinha de procurar ajuda, mas que não passa disso.

Eu tento não me abater, procurar alternativas, colocá-las em práticas e de repente BUUUM algo novo aparece e eu me vejo em um loop sem break. Não é normal. Quando você cai, o que você faz? Levanta! Só que não parece ser tão simples assim para mim. Eu aproveito que cai e deito de uma vez, rolo, durmo, brinco no chão mesmo e quando canso, levanto. Fica parecendo até que gosto mais de cair do que de levantar.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Calça Jeans

Descobri que o app do blogger para celular não funciona como deveria, fiz uma publicação ontem e ela não foi postada:
Hoje eu decidi voltar a usar calça jeans, apesar das meias de compressão! Não é a coisa mais linda de se ver, mas eu sempre gostei muito de usar calça no meu dia a dia. Não posso ser refém. 
Claro que aperta um pouco mais. Qual calça não faz isso? E qual calça também não esquenta? O que eu preciso saber é se eu aguento, se isso não vai me causar dor. Estou com meu stent deformado.

Ao chegar em casa e tirar a calça, me senti bem. Não percebi nada fora do normal! Só acabei sendo premiada com uma infecção urinária bem acentuada. Fui ao hospital hoje pela manhã. Não imagino que tenha sido culpa da calça, é claro, mas ela pode ter dado uma impulsionada.

Fiquei bem chateada, usar calça jeans para mim era como um "seguir em frente", mesmo com todos os acontecimentos. Agora estou novamente apreensiva, mas sou persistente!

segunda-feira, 14 de março de 2016

Os dias mais perigosos da minha vida

06/11/2013


- Marília, venha almoçar! 

Minha mãe me chamou, feito todos os dias que eu estava me recuperando de uma cirurgia (septoplastia para drenar uma infecção, na minha face, que já estava calcificada além de uma plástica em minha única orelha de "abano", poucos a conhece - rsrs). Deitada na cama, com o computador ligado na TV, um teclado e um mouse sem fio a minha disposição. Só me levantava para ir ao banheiro, beber água e para comer, quando não recebia na cama (tratamento VIP rsrs). Mas naquele dia, ao levantar, eu não conseguia andar de tanta dor que eu sentia na minha perna esquerda.

Fiquei sem reação e não pensei em chamar ninguém para me ajudar. Só pensava que eu tinha sim que conseguir andar até a sala de jantar. Sentia-me culpada por ter dormido tanto, mesmo quando o meu pai já havia ido lá para avisar sobre o almoço. Comecei me apoiando na bicicleta ergométrica, depois na mesa de estudo, na porta do quarto e me deparei com a extensão da sala de estar e sem móveis próximos uns dos outros para me apoiar. E fui arrastando os pés bem devagar até chegar ao início da outra sala, me encostei na parede e me debrucei sobre o balcão e falei:

- Não estou conseguindo andar!

Sentei à mesa, almocei e voltei para o meu quarto. Bem devagar, mas não tanto quanto antes. Percebi que andar melhorava a dor. Meu pai veio em seguida, trazendo gelo para eu por na minha perna. E depois de um tempo, ao limpar a água que escorria da compressa, pensei: Caramba! Que coxão! Desde quando eu tenho uma coxa grande assim? (rsrs) E essa panturrilha? Ah... Ela sempre foi 1cm maior que a perna direita. Nossa, 1cm é tanto assim?

Minha mãe apareceu para saber como eu estava e eu a indaguei sobre a largura das minhas pernas, mas ela não percebeu nada. Falou que quando meu pai chegasse do trabalho iriamos ao hospital. Eu não tinha interesse de ir antes, tinha o último contrato da recepção do meu casamento religioso, para fechar durante o período da noite! E no dia 21 eu iria mudar para Manaus (onde meu noivo já estava há quase um ano), três dias depois do casamento civil, no dia 19.

A noite, eu percebi que a minha perna estava levemente mais escura. E mais uma vez, a minha mãe não percebeu nada! Uma amiga da minha irmã, que veio nos visitar, notou todas as diferenças sem eu falar nada a respeito. Mesmo assim, eu apenas fui ao hospital, após a assinatura do tal último contrato. Ele iria encerrar, por hora, o planejamento que eu começara em julho. Eu já havia sacrificado tantos finais de semana e saídas do trabalho no horário do almoço, para deixar tudo acertado antes da minha viagem que eu não via mal, em esperar um pouco mais para ir ao hospital. Que também, já estava sendo adiado, há dois dias.

Nesses dois dias, eu sai com meu primo Renan, para resolver coisas sobre o casamento e também para passear. Era ele quem dirigia, feito sempre, mas eu também não queria arriscar. Minha perna doía, como se fosse uma distensão e eu não me sentia segura para dirigir, apesar de ter andado bem mais nesses dias do que nos 12 ou 13 anteriores. Enquanto isso, meu noivo já insistia para que eu fosse ao hospital, mas eu nunca tive esse costume. Nem de tomar remédio para dor, tomo quando estou realmente nas "últimas".

E esses foram os dias mais perigosos da minha vida! Infelizmente, não valeram nada a pena. Para ser sincera, odeio lembrar deles. As lágrimas escorrem, a mão vai à testa, os olhos se apertam e a cabeça dói. Não tenho mais tanta resistência a hospitais, mas a inércia quanto aos remédios continua, tomo apenas o necessário. Minha mãe até hoje também se sente mal e culpada por não ter me levado logo ao hospital, de qualquer maneira.

* Mãe, eu sempre fui cabeça dura, não ia adiantar. Muito provavelmente eu demoraria todos esses dias para aceitar o seu pedido. O Vitri mandou eu ir várias vezes, com o Renan, de táxi, de qualquer jeito. E eu não fui.

** Desculpem-me pelos erros, não quero ler todo esse texto para poder corrigi-lo.